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O grande útero

O Grande útero da criação, o nascimento de tudo, um útero de Luz. É tempo de recordarmos e reclamarmos a beleza e a sacralidade do nosso útero. Esse útero que parece só ser conhecido através dos livros de biologia mas que pulsa dentro de nós, tal como o nosso coração faz e que sabe o que queremos.


A Grande Mãe útero foi sendo vista como uma tecelã, artesã, tecedeira de toda a vida. O útero é essa porta mágica que dá acesso a um espaço de grande mudança, que nos chama a sermos co-criadoras da realidade.


Aquela que nos gerou, que gerou a nossa vida, que nos deu à luz, chama-nos. Ela é mais antiga do que a nossa mãe física nesta vida.


A antiga religião do útero foi ritualizada através dos séculos e resgatamo-la com a consciência do quão preciosa é e de como nos pode salvar.


Nascida nos santuários escuros das caves da Mãe Útero pelas mulheres xamãs do Paleolítico, a religião floresceu e espalhou-se por todo o mundo.


O tempo mágico, lento, encantado, em que as mulheres mediam o tempo e os seus ciclos, o tempo que se renovava uma vez após a outra em espirais que se abriam em sequência.


Imagino, então essa comunhão mágica, em que a dança, o canto, e o sonhar davam luz ao sentir extático, ao êxtase coletivo, em que todas as mulheres se tornavam uma só.


Imagino um lugar selvagem, intocado, que vive atrás das cortinas da lógica e da linguagem.


As crianças nasciam sob a luz incandescente das luas cheias e os corpos das mulheres expressavam-se, sentiam, fechavam-se a abriam-se, sangravam, de acordo com as fases das luas.


É esse tempo que urge recordar.










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