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Do meu umbigo parte este fio que me liga à minha linhagem materna----


Coloco a minha mão sobre o meu umbigo e sinto a energia deste cordão que me continua a ligar à minha mãe apesar de sermos duas pessoas diferentes e das coisas que nos separam e que sinto irem sendo cada vez menos.


Quando a minha mãe crescia na barriga da minha avó já tinha todos os óvulos formados no seu corpo de bebé menina e assim também eu (ou parte de mim, a informação do óvulo que me deu origem, em termos físicos e não apenas simbólicos) habitei a barriga da minha avó. E assim sucessivamente, para as gerações atrás que agora quero honrar ao escrever.


Minha mãe Maria Dulcínia, de quem herdei beleza física, delicadeza, minha avó Fernanda, bela, batalhadora, bisavó Ana Rosa, trisavó Maria e por aí fora até ao início dos tempos e através de muitas vidas se assim acreditares ser e assim acredito eu ser.


Se das dores da minha mãe e avó sei algumas coisas, das que as precederam pouco ou nada sei. Mas o que eu sou vem através dessa linhagem e também, naturalmente, da linhagem do meu pai.


Mas este artigo é sobre a linha feminina, essa linhagem que recua a tempos imemoriais. O que agora faço e transmito às mulheres com quem trabalho resulta de todas as dores que vivi no meu processo e das dores e conquistas das suas vidas. Ignorar as nossas raízes, desenraíza-nos e ficamos perdidas.


Honro, pois aqui, neste dia da criança, cada uma dessas mulheres de quem vou pelo menos saber os nomes para os recitar nas noites de introspeção, de oração e de conexão a estados mais expandidos de consciência.


Se sei o valor do trabalho que hoje faço com mulheres, trabalho de terapia, de amor, de dar cólo, de ser mãe, terapeuta, fada da floresta, professora, cuidadora, é porque alguém me ensinou a sê-lo.


Nem sempre o vi na minha relação com a minha mãe. Sempre vi o que me faltou. O que não me foi dado. Mas acredito e quero que no tempo de vida que as duas temos por aqui ainda seja possível sarar as feridas.


Acolho-te, então, minha querida mãe!


Acolho-te em mim. Não quero mais ser a vítima que se queixa disto e daquilo mas da mulher que aprendeu a força, que aprendeu sobre o amor e que te pode dar sem querer só receber o que poderás não me saber dar. O teu caminho foi outro. As minhas oportunidades foram bem mais...


E que se eu me curar se curem as minhas filhas e as minhas netas e quem me precedeu. Porque quando uma mulher se cura toda a linhagem se cura. Recebo-te, energia feminina em mim, no meu corpo, no meu coração e alma e lavo com a intenção e o poder interior conquistado passo a passo.


Lavo, repito, lavo, tudo o que há por lavar em nós, nos nossos corpos, corações, almas e curo as feridas e passo a cura para as minhas netas que se preparam, no tempo das suas gestações, para ser dadas à luz.


Passo a luz! Porque a recebo. Porque transmuto a sombra. Porque curo as feridas uma a uma neste tempo de vida.


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