QUESTÕES
FREQUENTES
O que é a hipnose terapêutica?
A hipnose é um método terapêutico em que o paciente, por sua vontade, e com fins terapêuticos é colocado em estado de transe hipnótico. Existem diversos métodos de hipnose sendo a hipnose eriksoniana, divulgada por Milton Erikson, que recorre a sequências de sugestões verbais, histórias e metáforas, uma das mais conhecidas. É um método não invasivo que envolve técnicas diversas consoante a questão a tratar, a maioria das quais são muito relaxantes e prazeirosas.
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O que é o transe?
O transe é por nós vivenciado em situações diversas do quotidiano nomeadamente quando estamos a conduzir, embrenhados na leitura de um bom livro, concentrados num filme ou a responder a mensagens no telemóvel. Nestas situações quando os outros nos chamam frequentemente não os ouvimos. O transe induzido por hipnose é um estado semelhante. O estado de consciência tÃpico do estado de vigÃlia - estado alfa - está alterado, estamos menos conscientes dos estÃmulos do mundo exterior e mais focados no nosso mundo interior, podendo aceder a conteúdos do inconsciente. Não se está adormecido ou desmaiado, está-se consciente da presença em consultório, existe como que um estado de dupla consciência. Existem vários graus de aprofundamento possÃveis. Opto por utilizar graus de aprofundamento menores em que possa dialogar com o paciente que se encontra em estado modificado de consciência.
Quais os benefÃcios terapêuticos de trabalhar com estados modificados de consciência?
Para muitos problemas considero que trabalhar com o paciente em transe ou estado modificado de consciência pode ser mais eficaz do que outras terapias, quando associada a outras técnicas. Quando acompanhada por técnicas de respiração adequadas e maior consciência do corpo os benefÃcios poderão ser ainda maiores e mais duradouros.
A terapia que recorre a estes estados é particularmente eficaz para revolver situações de depressão, fobias, de ansiedade, crises de pânico, em situações de ruptura afectiva com alguém, como num divórcio, de lutos reais ou simbólicos, em situações em que a auto-estima é baixa e comprometedora da vida quotidiana.
Ocorre catarse nas sessões?
A catarse, palavra de origem grega significando purificação, de natureza emocional, mental e fÃsica que frequentemente se traduz no chorar ou noutras reacções de expressão de raiva contida, nem sempre ocorre. Para que se manifeste tem que ser sentida a oportunidade de resolução de um conflito interior, dependendo da profundidade a que se situa a origem do problema e do número e caracterÃsticas "das camadas" que a envolvem, dos mecanismos de defesa que foram sendo construÃdos. A ocorrer é profundamente libertadora. A catarse é frequentemente fÃsica, o corpo fica mais relaxado e as pessoas sentem-se mais libertas. Após a sessão é natural haver um estado de "aluamento", deve existir algum repouso ou pelo menos não ter que nesse dia responder a desafios cognitivos exigentes e a breve trecho, é natural sentir-se que as coisas se integram e aumento de vitalidade. A catarse fÃsica tem frequentemente benefÃcios fÃsicos: a medicação torna-se mais efectiva, os desconfortos fÃsicos diminuem ou desaparecem, o sistema imunitário estabiliza e a recuperação acelera-se.
A catarse é uma experiência do agora que nos permite a libertação do passado.
Em psicologia transpessoal a catarse faz parte do processo e é facilitada pelo terapeuta.
Vive-se a dor?
A dor é uma condição da existência humana. Se somos humanos sentimos dor. Apenas o sofrimento, que é a forma como lidamos com a dor, será variável de pessoa para pessoa. Por mais que a queiramos evitar mais cedo ou mais tarde é inevitável que contactemos com ela. Em algumas sessões há contacto com a dor. No entanto, o olhar de frente a dor, permite aceitá-la e ultrapassar as dificuldades que muitas vezes transportamos durante toda a vida. A dor que se encontra pode ser a do presente ou a do passado. Se a dor experienciada for grande o terapeuta tem formas de fazer o paciente ver de fora a situação e vivenciá-la com menor intensidade, podendo sempre, numa situação limite, o paciente interromper o estado de transe.
Envolve algum risco?
Quando praticada por um profissional com formação e alguma prática é um método seguro. Convem fazer uma análise atenta da formação do profissional a consultar, sendo preferencial formação de base em psicologia, havendo no entanto, excepções a esta regra.
Convem ter em conta os anos de formação do profissional e a transparência da informação que disponibiliza sobre o seu caminho pessoal e profissional.
O hipnoterapeuta tem algum poder especial? Qual a diferença em relação ao psicoterapeuta transpessoal?
O hipnoterapeuta clÃnico é um profissional que através da sua formação (variáveis em termos de tempo mas geralmente inferiores a um ano) aprendeu a aplicar técnicas de hipnose. O único poder envolvido é o do paciente que pode ser finalmente resgatado e tal traduzir-se na conquista de uma maior qualidade de vida.
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O psicoterapeuta transpessoal poderá integrar técnicas da hipnose no seu trabalho, apesar de se socorrer de outras já referidas e que resultam também do que considera mais adequado com base na sua própria experiência. A formação em psicoterapia transpessoal é longa - quatro anos com componente teórica e prática e exigente para o próprio processo pessoal do psicoterapeuta. O psicoterapeuta tem que ter sessões regulares (mensais) de psicoterapia para assegurar o seu próprio equilÃbrio.
Tem também que receber supervisão a partir do terceiro ano de formação. Ou seja, com carácter confidencial, os casos em relação aos quais possam surgir dúvidas podem ser acompanhados pela equipa de supervisão da escola a que está ligado.
A formação é internacionalmente validada e reconhecida por associações internacionais de grande prestÃgio. Todas estas vertentes tornam o trabalho clÃnico sério e profundo e transformador do próprio terapeuta.
Em Portugal a formação em psicoterapia transpessoal é assegurada pelo Instituto Almasoma. Esta certificação em "psicoterapia transpessoal" não deve ser confundida com "terapia transpessoal".
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Qual a duração das consultas e sessões?
As sessões têm duração variável entre uma hora e uma hora e meia, sendo preferenciais e mais eficazes as sessões de 90 minutos.
Qual a duração do tratamento?
O tratamento é variável consoante as questões a resolver, sendo a psicoterapia transpessoal habitualmente de média duração e nunca se arrastando ao longo dos anos como sucede noutras abordagens. Algumas dificuldades podem ser resolvidas em poucas sessões e outras requerem intervenção mais longa, que pode ir de um mês a seis meses.
A que técnicas recorre para além da hipnose?
Recorro a abordagens mais clássicas da psicologia nomeadamente ao diálogo com o paciente no inÃcio das sessões e a técnicas como a imaginação activa em que o paciente está num leve estado modificado de consciência, a técnicas de visualização dirigida, e a exercÃcios de respiração. Recorro frequentemente a técnicas de regressão.
O que recomenda em geral aos pacientes entre as sessões?
Depende muito das situações. Em situações de ansiedade frequentemente aconselho a prática de meditação regular e, nestes casos, dou no final das sessões alguns ensinamentos básicos de meditação. Digo sempre para terem atenção aos conteúdos dos sonhos que são importantes vias de acesso a material do inconsciente. Dou grande importância à s práticas respiratórias e à procura de maior contacto com a natureza e trabalhamos também os elementos da natureza que serão mais revitalizadores de cada indivÃduo.
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Todos os individuos podem entrar em transe?
Não. Há indivÃduos resistentes. O transe não é indicado em indivÃduos com epilepsia, esquizofrenia e que sofrem de outras desordens psicóticas e em casos de senilidade. Apesar da maioria dos indivÃduos entrarem com facilidade em transe, uma pequena minoria não entra.
O que são técnicas regressivas?
São técnicas em que em estado modificado de consciência o indivÃduo regride a momentos traumáticos da sua vida, revivenciando a situação, libertando a carga emocional associada e libertando o trauma. Podem também ocorrer regressões a situações não ligadas aos acontecimentos e memórias desta vida, nomeadamente ao nascimento, à vivência intra-uterina ou a memórias da espécie, perspectivadas por alguns como memórias de vidas passadas. Sejam ou não vidas passadas (e poucas certezas existem sobre esta questão), a verdade é que sofrimentos de toda uma vida podem ser, finalmente, ultrapassados. A psicologia transpessoal recorre frequentemente a estas técnicas.
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O que é a imaginação activa?
É uma técnica terapêutica criada por Jung e que possibilita acesso a conteúdos do inconsciente importantes para o processo de cura. A psicologia transpessoal recorre frequentemente a estas técnicas.
Por que é a criatividade estimulada com este método?
Porque havendo acesso ao inconsciente muitos materiais emergem, energia criadora é desbloqueada e pode ser expressa.